segunda-feira, 27 de junho de 2011

Saudade Por Simone Bertrand & Mento Leão


Saudade.  
1. Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las.
2. Pesar pela ausência de alguém que nos é querido.

Pra mim é esse aperto no coração que não parece querer suavizar, é essa vontade incontrolável de poder ficar só mais um pouco com você. É essa vontade tão grande de você que começa a me fazer delirar, sentir teu cheiro sem estares aqui, sentir tua presença mesmo quando estás tão longe, fechar os olhos e ouvir tua voz, daquele jeitinho tão manso e que me acalma fácil fácil, e quando abro meus olhos a procura de ti, não te encontro aqui, então tudo volta a ficar vazio, sem vida. Sem você.


procurei em mina mente uma tanto cansada pelo inexorável tempo palavras que pudessem te surpreender tanto quanto o fui  nesta noite de quase inverno, sem chuva, sem vento. Vou o mais longe que posso, procuro o mais profundo que consigo e nada! Nada me faz ter coragem de falar algo que você já não saiba. Fico aqui girando em círculos, como inseto em volta da lâmpada acesa, seduzido, totalmente encantado pela luz, pelo som, por teu amor... 

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Corações Acelerados Por Mento Leão

Hoje é um dia especial, mais um dia em minha vida, por isso mesmo mais do que nunca, especial. E por ser tão especial gostaria de dividir contigo. Hoje é o melhor dia de minha vida e você faz parte disso...Sempre fez e hoje as horas clarificaram ou cristalizaram o que sinto. Queria tua voz aqui junto ao meu ouvido, queria teu coração batendo descompassado por simplesmente estar ao meu lado, queria sentir teu perfume...E quem sabe poder confessar ou demonstrar tudo o que me fazes sentir. És apaixonante, sedutora, mulher, quase alguém inatingível, mas ao mesmo tempo és doce feito algodão doce, suave feito brisa de uma manhã de domingo...Hummm, mas ouso a pensar que tudo isso é apenas fascínio aparente. Que você nem ousaria a olhar para mim com os olhos que tanto te desejo...E enquanto isso as horas bailam no relógio da cozinha...Elas simplesmente me fazem lembrar que mais um pouco e tudo isso deixará de ser um desejo...que tudo isso deixará de ser domingo, deixará de ser apenas você...Tenho medo! Não quero seus comprimidos, não quero seus males, não quero ficar na cama e não quero, realmente, não quero mais me sentir tão só...Hoje é um dia especial...


domingo, 17 de abril de 2011

Um Coração Em Chamas by Mento leão

Tenho tanto para te dizer, mas tem de ser face a face. Tenho tanto para explicar ou não, mas precisa ser olho no olho. Você sabe que não gosto de mentir para ti. Você sabe que não consigo segurar uma mentira diante de ti. De ti, tenho saudade, mas também tenho medo, tenho desejo de descanso, às vezes e mais algumas vezes quero o silêncio... Que tua presença me trás. Tu és mais...Tu és Luz... E escuro... O andar a beira do abismo. Não tenho tanto assim para te dizer, vai ver são apenas palavras coloridas de sangue e brancas nuvens. Mas não posso te deixar a margem... Preciso de você inteira e ciente de que não presto. 
Não tenho a chave da gaiola, pois ela nunca foi fechada... Os pássaros estão sempre livres, você está livre e bem você sabe que não é do meu feitio tentar prender ou iludir alguém...


Sou o que sou... Mas não finjo quem não sou e tu bem sabes. Quero que alguns lembrem de mim, é verdade... Quero e preciso de atenção, mas não a custa de lágrimas... Nada vale mais a pena do que sentir que me querem bem. Mas não tenho como e nem preciso te enganar. Sinto a madrugada chegando, ela bem sabe o que as horas podem me fazer. Tenho tanto para te contar, histórias e segredos... Mas principalmente te contar que tenho saudade do teu silêncio. De tua presença, mas também de tua ausência. Não há nada a ser prometido que não possa ser quebrado, nada quebrado que não possa ser concertado... Mas no fim é apenas você... Sempre você... E tu bem sabes a verdade desta noite, daquele dia, deste tempo, daquele momento.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Canção de um Adeus Por Mento Leão

Continuo a te fitar... Tenho cá dentro do peito a mesma certeza de quando te conheci. Mas estou aqui, apenas a te observar...Sei que sou poderoso, que posso construir e destruir pessoas, mas não você. Você não igual a mim, você nem se parece comigo...Hummm, talvez às vezes, mas você é uma dessas histórias que me faz querer viver de novo... Reconstruir o caminho e ir em frente...Sempre em frente, pois não há tempo a perder. Sempre contigo...Sempre...



Há uma estranha e fria chuva insistindo em cair, lá fora. Parece querer levar para longe os medos que chegam com a nova aurora...Parece querer lavar a saudade que ainda nem existe, mas que sabemos virá esfomeada, devorando os minutos, as horas. Sei que não sou o que tu mereces, talvez jamais o seja. Sei também que tu não estás certa sobre coisa alguma nessas horas incertas...Mas o por que das lágrimas? Elas servem apenas para alimentar essa chuva fina que cai, lavando teu rosto e me dizendo que a vida ainda está no começo.

segunda-feira, 14 de março de 2011

FANTASMAS Por Catherine Dorléac & Mento Leão

De todos os fantasmas você é o que me causa mais medo, ela disse enquanto soltava o cabelo loiro feito de raios de sol e com aquele sorriso que seduzia ao primeiro olhar jovens imaculados e velhos tarados. Assim ela estava a vontade, madrugada a dentro, insônia, algumas pílulas, algumas doses de vodca... Ela estava quase dormindo... Ledo engano, ela está mais acordada do que de costume. 
Hoje, agora, quero o nunca, ela disse de forma lacônica... Mas nada que aconteceu deve ser visto como algo inútil, quando foi uma escolha pessoal. O excesso não pode ser encarado depois como algo injusto ou culposo... Não há fantasmas essa noite... Apenas palavras dançando no escuro do quarto enquanto uma canção insiste em desafiar o silêncio da madrugada... E machuca, dói tanto... Mas não desista de mim... Não desista nunca. Hoje não haverá uma segunda chance, ela com seus cabelos de raios de sol saberá conter os velhos desejos, mais uma vez.

                                                

Hoje estarei a salvo... Hoje estarei longe dos fantasmas. E a vida que passa... E nossa história que acabou, mesmo antes de começar. E esse sabor meio amargo, meio doce que insiste em tentar me induzir a gritar teu nome... Bobagem, hoje apenas é mais uma noite sem você. Aliás iguais a tantas outras... Apenas fantasmas bailando pelo quarto escuro... Chega, vou dormir antes que os pássaros cantem.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ópio Por Simone Bertrand & Mento Leão

E por vezes a cadeira permaneceu vazia, a cama permaneceu vazia, minha vida assim também permaneceu por mais tempo que nem mesmo eu sei precisar o quanto. Mas ele sempre volta ao mesmo lugar, assim como o criminoso que não resiste a mórbida sensação de relembrar os momentos finais de sua vítima voltando ao local de seu feito. Ele, também não resiste, também se deixa levar pela inebriante sensação de prazer de encontrar meus braços abertos esperando seu frágil coração e sua alma em chamas... Rende-se fácil aos encantos e ao ópio de meus olhos, de meu sexo, de minhas canções... Ele sabe que no final tudo volta ao mesmo lugar e que não há como escapar do labirinto, de minhas curvas sinuosas, das palavras tortas, retas ou levianas. E o suor sagrado é bem melhor que as lágrimas quando a dor bate a porta. Eu sou porto, sou norte, sou o fim e o começo... E quando ele pensar em alguém, pensará em mim! Ele sai a caça... Voa alto em busca da melhor presa, do melhor momento... Ele apenas busca se sentir bem, mas ele sabe quem por fim o torna melhor, quem por fim o edifica, o constrói, o alimenta de verdade. E para aqueles que acham que isso não se deve dizer ou mesmo pensar...Vou avisando: Apenas quem vive completamente entregue sabe do que estou falando. Não preciso de julgamento, não preciso de comiseração, preciso apenas do meu ópio... Assim como ele precisa também!


Mesmo que minha alma um dia encontrasse a paz e meu frágil coração pertencesse a luz, lutasse em vão, mesmo que meus amigos, que agora são apenas fotografias amareladas se tornassem imprescindíveis novamente... Mesmo assim eu ainda voltaria para teus braços... ainda ficaria inebriado... Que a noite venha com suas luzes frias... Que a dor volte depressa, pois tenho para aonde ir... Tenho o porto, tenho o norte e todas essas vozes cessarão... Não há mais o que se possa dizer que já não tenha sido dito... As esquinas me esperam... mais uma vez... De novo... A noite todas as cidades são iguais, toda dor é passageira e toda alma é sorrateira.