sábado, 18 de dezembro de 2010

PRIMEIRA CARTA Por Catherine Dorléac & Mento Leão

 12/12/2010
Você parece ser tão feliz me olhando desse jeito,
mais porque esse vazio dentro do seu peito?
Ele sorria para mim, como um palhaço sorrir para uma criança..
não tinha dúvidas que seu coração era triste e que aquele olhar ... Não era de felicidade e sim de solidão... Estava tão feliz por ter recebido o meu abraço... Me abraçou como se eu fosse um anjo e pudesse salvá-lo. A vida desse homem não era doce, doce como algodão doce... 




Há tempos já parecia agridoce... Levemente, porém doce já não era. Os dias eram apenas exercícios solitários de uma espera dolorosa de tão vazia, inútil por si só.
Aquele homem sempre soube como acabariam seus dias e essa verdade que ele carregava em seus ombros fazia dele oportunistamente alguém diferente. Ele já sabia como tudo acabaria, mas ele não mudava o roteiro... sim ele se tornava o homem mais feliz com meu abraço...simplesmente por que ele sabia que naquele momento eu era quem bastava para salvá-lo. Mesmo que amanhã tudo estivesse parecendo estranho, quase ferindo-o. Sim, ele era habitado pela solidão sepulcral... sim ele era feliz quando eu estava ali... e quando eu não estava também, pois eu sei que significava toda a vida que ainda estava por vir, mesmo sem ele aqui.
                                                                                   

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