sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

SEMPRE HAVERÃO PARTIDAS E CHEGADAS Por Catherine Dorléac & Mento Leão

A dor de milhares de anos... Resumida ali, naquela menina, naquela mulher. As linhas de seu rosto bem marcadas provavam que ela sofrera muito mais que seus anos de vida. Ainda tão nova e tão carregada de símbolos. Gostaria, ela, de ir para a Lua, de visitar as estrelas, ou melhor, de voltar para casa. Cada segundo passado entre aqueles idiotas fazia dela apenas mais um pedaço de carne a venda. Ela tivera seus dias de glória, mas tão menina e já estava provando o sabor do fracasso. A impossibilidade de ser ela mesma, mas ela continuava lutando, continuava tentando. Não haveria outra saída. Ela queria apenas descansar, deixar-se levar pelas águas do rio, voltar para o mar. Voltar para casa. Mas este rio não corre para o mar, esta vida não significa mais nada para eles. Abra bem os olhos, menina... Teus dias, em fim chegarão e então poderás dormir.


A dor de milhares de anos, de todas as putas, de todas as mulheres que não recebem para ir para a cama, mas de tão idiota que é seu companheiro deveriam receber pensão do governo. A dor de milhares de anos, de todas as mulheres traídas, de todas as mulheres mal amadas, de todas as mulheres esquecidas, que apanharam, que foram abandonadas... Chega! Hoje é o primeiro dia do resto de nossas vidas” Hoje é o último dia desse verão absurdo... E que a vida nos traga o que há de melhor, pois estamos partindo!

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