terça-feira, 21 de dezembro de 2010

SEGUNDA CARTA Por Mento Leão & Catherine Dorléac

E, então ela chegou de mansinho e disse quero ficar aqui no meu canto, minha cama é meu reino. Chega, parei contigo. Parei... Comigo. Vou dormir o sono dos justos ao menos uma noite, ao menos uma vez na vida. E que meu telefone emudeça que minha boca silencie está noite. As estrelas serão a minha rota, meu plano de sonho, meu plano de fuga. A dor não me alcançará; você não me alcançará... Eles não me alcançarão. Aguarde, vou voltar. E que as horas que tanto mal me faz e os dias que tanto me consomem possam em fim descansar... De mim... Esquecer-se de mim... Está noite quero ser arrebatada, quero ser anunciada, quero ser Maria, quero ser Madalena, está noite quero ser eu mesma... Quero dormir... Apenas!


Eu quero e vou conseguir me livrar de tudo que você representa... Todo o medo, todo o perigo... Que minhas muralhas continuem muralhas...E que pessoas como você fiquem apenas tentando arranhá-las. Não quero as músicas antigas, não quero os versos antigos, não quero amores antigos, não quero os vícios antigos.  Ainda resiste o cigarro, mas mesmo ele tem seus dias de glória contados. Não, não quero mais me entreter, quero a vida e muito mais do que já recebi... quero você... mais uma mentira criada por mim e que é chegada a hora fechar os olhos para nunca mais te ver!

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